Dissertação - Avaliação da deposição de cloretos em diferentes microambientes de atmosfera marinha - Renata Cristina Fernandes Barbosa

Autor: Renata Cristina Fernandes Barbosa (Currículo Lattes)

Resumo

As estruturas de concreto armado frequentemente apresentam insuficiência em alcançar os padrões desejados de durabilidade e vida útil quando expostas a ambientes marítimos. As normas vigentes carecem de abrangência suficiente para assegurar o desempenho dessas estruturas, em ambientes caracterizados por diferentes níveis de agressividade, levando à necessidade de uma revisão e ajuste dos critérios de classificação de agressividade ambiental e à adoção de testes mais específicos. Esta pesquisa tem como objetivo central o estudo do litoral da cidade de Cabo Frio - RJ, com o intuito de cartografar a deposição de cloretos e investigar as características climáticas locais para fundamentar uma avaliação da agressividade local decorrente do ataque de cloretos, visando assim implementar medidas condizentes com a construção de estruturas mais resilientes. A determinação dos teores de cloretos seguiu a norma NBR 6211:2001, baseada na norma ASTM D 512-89:1999. Os dados climáticos foram obtidos junto à Divisão de Interação Oceano Atmosfera do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), responsável pelo monitoramento das variações climáticas ao longo do ano. Os resultados mostram a relação interdependente entre os fatores climáticos e a deposição de íons agressivos, tais como a direção e velocidade do vento, temperatura e umidade relativa do ar. Esses elementos mostraram-se influenciando em conjunto tanto a deposição quanto a dissipação de cloretos na atmosfera. A deposição de cloretos evidenciou relações interessantes, apresentando nos primeiros 35 metros da superfície fonte mais próxima, os valores máximos de íons depositados foram em média 1300 mg/(m².dia), alcançados no período da primavera e aproximadamente 1000 mg/(m².dia) no inverno. A média dos valores mais baixos nesta mesma distância foi observada em torno de 600 mg/(m².dia), alcançados no verão e semelhantemente no outono. Para o ponto de monitoramento mais distante investigado, equivalente a 1400km da superfície fonte mais próxima, apresentou deposição máxima média de 112 mg/(m².dia) na primavera e deposição mínima média de 43 mg/(m².dia) no verão. Destaca-se, portanto, a importância da análise microambiental para compreender situações particulares e atender às necessidades específicas de cada estrutura. Assim, é essencial considerar não apenas os aspectos gerais do ambiente, mas também as características específicas dos microambientes dentro dele. Este levantamento proporcionou uma análise dos riscos potenciais aos quais as estruturas poderão estar expostas durante sua vida útil, quando considerado métodos e procedimentos adotados empiricamente. A compreensão dos padrões de deposição de cloretos ao longo do ano pode orientar estratégias de proteção e manutenção dessas estruturas, contribuindo para sua durabilidade e desempenho a longo prazo

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Palavras-chave: Engenharia naval e oceânicaÍons cloretoAtmosfera marinhaAgressividade ambiental