Dissertação - Variabilidade da linha de costa na foz do canal São Gonçalo e adjacências da Lagoa dos Patos - Emanuele Ambrosi

Autor: Emanuele Ambrosi (Currículo Lattes)

Resumo

O presente trabalho visa a caracterização morfológica decadal do canal São Gonçalo e de suas adjacências, principalmente após a construção da barragem eclusa no canal no ano de 1977, implementada para impedir a entrada de sal na Lagoa Mirim. Esta pesquisa foi baseada em fotografias aéreas dos anos de 1953, 1964, 1974 e de imagens de satélite Landsat disponíveis desde o ano de 1973 a 2017. Um detalhamento foi elaborado por meio das imagens do Google Earth Pro, nos anos de 2011 a 2017. Não foram registradas modificações significativas ao longo do canal nas imagens Landsat, porém na sua embocadura nas proximidades da Lagoa dos Patos, na zona à jusante da obra, observaram-se variações. Nas áreas adjacentes ao canal SG, especificamente na região do Pontal da Barra, na praia do Laranjal, estimou-se áreas de recuo da linha de costa de até 1,4 metros por ano. Por outro lado, foram registradas no Balneário Santo Antônio áreas de acreção, na parte central da praia, estimada em 0,7 metros por ano e na porção sul da embocadura, do outro lado do canal SG, observou-se acumulação de sedimentos de 0,4 metros por ano. Além disso, constataram-se o desenvolvimento de dois esporões arenosos nas proximidades da embocadura do canal, um na porção norte, no Pontal da Barra e outro na porção sul, localizado em Rio Grande. O elevado aporte sedimentar registrado na região do Pontal da Barra possivelmente foi resultado de agentes naturais, principalmente pela atuação dos ventos provenientes de NE que geram as ondas oblíquas. Estes sedimentos são transportados pela deriva litorânea com direção predominante para sul. Os sedimentos acumularam-se nesta região do Pontal da Barra e permanecem acumulando-se para o interior da embocadura do canal São Gonçalo. O pontal atualmente possui cerca de 133 metros e continua desenvolvendo-se para dentro do canal. Identificou-se na região do Pontal da Barra uma alta mobilização de sedimentos, registrando uma flecha litorânea, provavelmente provenientes de áreas de erosão adjacentes, por fim depositando-se no pontal arenoso. Sugere-se que, com a diminuição do nível de água do canal, o pontal arenoso apresenta uma maior possibilidade de crescimento para sudoeste, porém, quando seu nível se eleva, o pontal arenoso exibe um desenvolvimento para sudeste. No outro lado do canal SG, o esporão na Ponta do Silveira no ano de 1974 apresentava variadas direções de crescimento, a partir de 1980 passou a desenvolver-se para uma única direção (sudoeste). Porém, no ano de 2014 rompeu-se, criando assim uma estrutura nova na laguna.

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Palavras-chave: Engenharia naval e oceânicaEngenharia geológicaEngenharia costeiraCanal São GonçaloPontal arenosoImagem por satéliteFotografia aéreaGeomorfologia litorânea