Dissertação - Conexão e interação entre os corpos hídricos superficiais das lagoas Mangueira e Mirim com os aquíferos : estudo de níveis e determinação do tempo de residência através do uso de isótopos estáveis [delta-18-O] - Claudia de O...

Autor: Claudia de Oliveira Caitano (Currículo Lattes)

Resumo

A região costeira do Rio grande do Sul é caracterizada por apresentar muitos corpos lagunares com sedimentos permeáveis e aquíferos superficiais. Neste ambiente se destaca o complexo lagunar Patos-Mirim-Mangueira, interligados por canais e banhados, que faz parte do maior sistema de Lagoas costeiras do mundo, considerando a Lagoa dos Patos, uma das maiores lagunas existentes no planeta, esta apresenta comunicação com o Oceano Atlântico, e por isto está exposta as oscilações do nível do mar. As Lagoas Mirim e Mangueira não sofrem diretamente este efeito, estando mais propensas a variação de seu nível pela descargas dos rios e ao regime de chuvas. Devido a esta característica do sistema Mirim-Mangueira o objetivo desse estudo foi avaliar a interação das água entre essas Lagoas com os aquíferos superficiais representados através dos poços permanentes 1, 2 e 3. Para isso foram realizadas análises de correlação em uma série de dados de níveis obtidos das Lagoas e dos poços, entre os anos de 2008 a 2013. Também foi analisado a influência dos fenômenos de grande escala (El niño/ La niña), na variação dos níveis das Lagoas. As correlações positivas entre as Lagoas e os Poços 1, 2 e 3, sugerem que existem uma interação entre as Lagoas com o aquífero em alguns locais específicos, ou seja, elas podem estar sendo abastecidas pela mesma fonte de recarga sendo os sedimentos permeáveis uma via de escoamento que faz com que o aquífero responda aos efeitos de oscilação dos níveis das lagoas Mangueira e Mirim. Os valores negativos obtidos através da correlação entre o Poço 2 com as Lagoas, indicam a existência de aquíferos que não estão em equilíbrio com o nível dessas Lagoas, provavelmente o tipo de aquífero presente na região 2 não se encontra em contato com estes corpos lagunares e por não sofrer a sua ação, não corresponde as oscilações de nível. Os aquíferos, como um todo, apresentam uma dinâmica dependente em parte das lagoas, sendo que em algumas regiões isto aparece de forma intensa como nas margens da Lagoa Mangueira e nos sedimentos arenosos de praia (Poço 3). A boa correlação entre o Poço 2 e 3 demonstraram que a influência em seus níveis não está ligada somente as Lagoas, mas a outros processos como a precipitação (não avaliada neste estudo).

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Palavras-chave: Engenharia naval e oceânicaAquíferosLagoa Mirim (RS)Lagoa MangueiraIsótopos estáveis